Vítima do incêndio na Encruzilhada morreu tentando salvar seus cachorros
Professor de Matemática, Wildson Cruz, de 48 anos, chegou a levar o casal de poodles para a cobertura, mas inalou muita fumaça e veio a óbito
Publicado: 09/06/2025 às 15:02

Vídeos registrados por moradores mostram fumaça e pouco de fogo saindo de um dos apartamentos (Foto: Reprodução / Redes Sociais)
Um homem de 48 anos morreu ao tentar salvar seus dois cachorros, o casal de poodles Supira e Belatrix, em incêndio que atingiu o terceiro andar do edifício residencial Manoel Costa, no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, na manhã desta segunda-feira (9). Cinco outros moradores ficaram feridos, incluindo um recém-nascido de 29 dias.
A vítima foi identificada como Wildson Cruz, de 48 anos, era professor de Matemática. Segundo os Bombeiros, o seu corpo foi encontrado nas escadas de o à cobertura, onde estavam os dois animais, que também não resistiram.
“Provavelmente, eles subiram pela escada, porém inalaram muita fumaça e, infelizmente, vieram a óbito.” disse o major Zovka do Corpo de Bombeiros.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e realizou o protocolo de reanimação cardiorrespiratória.
“A gente lançou mão de todo o aparato que tinha sido iniciado pelo Corpo de Bombeiros. Demos continuidade a essas manobras de reanimação, chegando a intubar a vítima, desprendendo todo o esforço de salvá-lo, mas infelizmente a gente não conseguiu, frente à gravidade das queimaduras na via aérea dele” relatou o médico do Samu, Marcos Cavalcanti.
O incêndio
O incêndio foi iniciado na manhã desta segunda-feira (9), no apartamento 305 do 3º andar, do edifício residencial Manoel Costa, no Bairro da Encruzilhada.
Segundo Informações da Perícia do Instituto Criminal (IC) as chamas teriam começado na sala da residência. Na primeira vistoria não foram encontrados extintores no apartamento incendiado.
Outras vítimas
Além de Wildson, outras 4 pessoas de uma mesma família foram atendidas pelo Samu, entre eles um recém-nascido de 29 dias, pai, mãe e a avó, e encaminhados ao hospital.
Uma quinta sobrevivente foi outra mulher, atendida pela equipe do Corpo de Bombeiros e liberada no local.
Relato de Moradora
“Eu levantei um pouco tarde e ouvi um barulho vindo de uns andares acima. Achei que fosse alguém arrastando móveis”, contou a aposentada Eliane Rodovalho, moradora do primeiro andar. “Aí eu fui tomar o café, quando a síndica me ligou, avisando que corresse porque o terceiro andar estava pegando fogo”.
Ela disse que pegou o elevador para subir até o terceiro andar. “Quando a porta abriu, a fumaça veio em cima de mim e eu desci novamente. Fui ao meu apartamento, peguei a chave e o meu celular e desci pela escada”, relembra.
“Aí o fogo já tinha tomado conta.” disse a aposentada. “Acho que os outros moradores demoraram para notar as chamas porque a maioria estava dormindo. Estava chovendo, era muito cedo”.

