Jogamos: Elden Ring Nightreign é ponto fora da curva entre produções da From Software

Teste de rede promovido pela desenvolvedora deu um vislumbre do que pode vir no novo título da From Software

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Elden Ring é um dos maiores sucessos da atualidade na indústria dos videogames e todos sabem disso. Os jogadores sabem, os produtores sabem e, com certeza, a From Software, criadora do game, sabe. Tendo isso em mente, o anúncio de um jogo novo usando o nome 'Elden Ring' surpreendeu a todos que acompanhavam o The Game Awards 2024, deixando fãs ansiosos por mais novidades sobre o game.

Dias depois, mais detalhes foram divulgados sobre o Elden Ring Nightreign, como o jogo foi batizado. Aí sim, fãs novos e antigos aram a dar uma atenção diferente ao título, já que um game co-op, com toques de roguelike, gameplay acelerada, que poderia ser jogado com um ou três jogadores e ainda com presença de grandes bosses da From não parecia em nada com o que a marca já havia lançado antes.

Agora, após o Diario participar no teste de rede promovido pela desenvolvedora no último final de semana, pode-se dizer que o game é, realmente, algo bem diferente dos rótulos da From Software.

TESTE DE REDE: ELDEN RING NIGHTREIGN

 

Vale começar pontuando que isso se trata de uma versão de testes do jogo, ou seja, limitadíssima. Claro, o game estará disponível a partir do dia 30 de maio, mas não é de se esperar que algo próximo ao jogo completo tenha sido disponibilizado em uma versão beta aberta ao público. Porém, pudemos ver algo interessante e explicativo nas quinze horas em que o jogo ficou disponível.

Elden Ring Nighreign se trata de um roguelike online e co-op, onde cada run é dividida entre dois dias, duas noites e um boss final. Os dias servem para, basicamente, adquirir itens e 'upar', seja matando 'mini bosses', inimigos comuns, aumentando frascos de vida ou melhorar armas e status. Cada dia dura 15 minutos, o que faz uma tentativa completa durar entre 40 minutos e uma hora. O - único - mapa tem alguns ambientes distribuídos de forma objetiva, como pequenos castelos, dungeons e ruínas de igreja, que aparecem mais de uma vez.

Por ter um tempo limitado para exploração, já que somos empurrados por uma névoa que causa dano e obriga os jogadores e se fecharem em um círculo 'à la battle royale', e pelas áreas do mapa serem bem parecidas, é difícil fugir da sensação que você está andando em círculos durante uma partida. Isso aumenta ainda mais o frenesi da gameplay, já que são muitas armas, muitos poderes e a possibilidade de subir de nível rapidamente.

Isso tem seus lados bons e ruins. Como a montagem de builds na preparação da partida é quase nula - temos um sistema de relíquias que pouco influencia na gameplay - o jogador acaba mais a mercê da sorte do que deveria para montar uma build 'à jato' com o que encontra no caminho. Numa outra ótica, as partidas ganham dinamismo que permite que os jogadores desenvolvam estratégias e aproveitem o bom senso de co-op para chegarem juntos ao final da tentativa.

Isso faz com que a gameplay seja bem diferente do que a From Software adota aos seus jogos 'souls'. Em Nightreign não existe aquela profundidade ou brilho que sentimos a cada minuto explorando Limgrave, mapa do Elden Ring, por exemplo. O jogo se constrói de uma maneira mais artificial, quase como se fosse um arcade onde vemos um vislumbre do mundo e de personagens que já vimos, mas que ainda falta aquele algo a mais.

 

Isso não faz o game oferecer uma experiência ruim, mas se torna algo tão simples e 'frio' que termina parecendo apenas um mod do jogo original, que é onde ele poderia muito bem estar. Ainda não foi confirmado se Nightreign será um live service e receberá atualizações constantes, mas já se sabe que receberá DLC ainda este ano, poucos meses após seu lançamento.

Novos personagens serão adicionados, somando aos quatro a que fomos apresentados aqui. Cada um com habilidades distintas, a grande diferença entre eles está nas barras principais (PV, PF e Vigor), mas nas outras características pouco se sente alguma mudança, já que todos podem fazer quase tudo da mesma forma. Aqui temos: Selvagem, o personagem mais equilibrado e versátil do jogo; Guardião, com uma gameplay mais focada em 'tank' e força, que combina bem com armas pesadas; Duquesa, pouca vida, mas boa velocidade e foco em destreza e sangramento e a Reclusa, também com pouca vida e focada para as magias, o que não a impede de ser ótima com armas de curto e longo alcance. Vale pontuar a beleza visual de cada um, que receberam um tratamento detalhado desde a movimentação própria de cada até a modelagem carismática em que eles são apresentados.

Os personagens podem se repetir, mas as mudanças entre eles acabam sendo tão poucas que quase se resumem a quantidade de vida e a pura estética. Um realce real entre as classes já faria um favor imenso à jogabilidade e enriqueceria ainda mais a cooperação entre os jogadores, já que a criação de estratégias dependeria mais da capacidade de quem está segurando o controle do que da sorte de encontrar itens apenas pelo fatos desses serem bons ou não.

Depois de finalizada a tentativa, o jogador ganha algumas recompensas, as tais relíquias e algumas 'almas' (pontuação do jogo), que até esse teste não foram utilizadas como - provavelmente - os desenvolvedores imaginaram. Com o lançamento do game, um sistema de progressão é provável e será bem vindo, já que fãs e entusiastas pretendem gastar boas horas no mundo online e esperam sentir a progressão conforme o tempo a.

Novamente, é claro que isso tudo se trata de uma versão limitada de Elden Ring Nightreign, mas não é por isso que podemos ignorar as lacunas espaçosas que estiveram escancaradas no teste. No futuro, talvez, o jogo seja ainda mais nichado do que os 'souls' em geral, o que também não teria problema algum, até poderia fazer bem ao ponto em que pode ganhar mais originalidade e fugir das concepções compartilhadas pelos atuais 'live services', se aproximando do tom sonhador que a From Software fez e faz tão bem, e permitindo que seus fãs tenham a experiência de mais um título original e acolhedor.