Oposição fracassa na tentativa de dissolver parlamento de Israel
A oposição esperava derrubar o governo, considerado um dos mais de extrema-direita da história do país
Publicado: 12/06/2025 às 17:27

Parlamento israelense (MENAHEM KAHANA / AFP)
O parlamento de Israel rejeitou hoje um projeto de lei da oposição sobre o recrutamento militar dos judeus ultraortodoxos, que poderia antecipar as eleições, que contou com 61 de votos contra e 53 a favor.
A oposição esperava derrubar o governo, considerado um dos mais de extrema-direita da história do país, juntando os partidos ultraortodoxos aliados de Benjamin Netanyahu, que tinham ameaçado abandonar o apoio ao primeiro-ministro se o recrutamento for completamente sancionado. Mas, após a derrota, a oposição não poderá apresentar uma nova moção de dissolução do parlamento nos próximos seis meses.
Há décadas que os ultraortodoxos se beneficiam de uma isenção no recrutamento militar, que é cada vez menos aceita pela civil em decorrência da guerra contra o Hamas. Segundo uma recente sondagem publicada no jornal israelense Hayom, 85% da população apoia uma alteração à lei sobre o alistamento militar obrigatório para os ultraortodoxos, incluindo 41% a favor de uma lei que torne o serviço militar obrigatório para todos os maiores de idade.
Netanyahu enfrenta uma ala do seu partido, o Likud, que pressiona por uma lei que recrute mais ultraortodoxos e endureça as sanções contra quem recuse o serviço militar obrigatório.
Já os dois partidos ultraortodoxos, Shass e Judaísmo Unido da Torá, são essenciais para a estabilidade do governo do premiê, que, no entanto, bloqueiam a atividade legislativa no país há semanas, exigindo uma lei que garanta de modo duradouro a isenção das obrigações militares aos ultraortodoxos.
Na última segunda-feira, o Shass chegou a ameaçar deixar a coligação no poder e derrubar o governo, o que levaria à realização de eleições antecipadas.

