Papa Leão XIV critica 'lógica da exclusão' na missa de Pentecostes
A liturgia aconteceu um mês após o americano Robert Francis Prevost, nascido em Chicago e que também tem nacionalidade peruana, ser eleito papa pelo colégio cardinalício.
Publicado: 08/06/2025 às 09:47

Papa Leão XIV na Praça de São Pedro (Tiziana FABI / AFP)
O papa Leão XIV fez um apelo neste domingo (8) aos fiéis para que abram as fronteiras e rejeitem a "lógica da exclusão", que vinculou aos "nacionalismos políticos".
"Onde há amor, não há espaço para os preconceitos, para as distâncias de segurança que nos afastam do próximo, para a lógica da exclusão que vemos surgir infelizmente também nos nacionalismos políticos", disse o pontífice na Praça de São Pedro do Vaticano, em sua homilia da missa de Pentecostes.
A liturgia aconteceu um mês após o americano Robert Francis Prevost, nascido em Chicago e que também tem nacionalidade peruana, ser eleito papa pelo colégio cardinalício.
O bispo de Roma, 69 anos, acenou para a multidão a bordo do papamóvel antes de celebrar a missa de Pentecostes, data em que os católicos celebram a descida do Espírito Santo diante dos apóstolos 50 dias após a morte de Cristo.
Leão XIV não mencionou conflitos específicos, nem políticos, mas fez um apelo geral à abertura e à tolerância.
"O Espírito rompe as fronteiras e derruba os muros da indiferença e do ódio", proclamou.
"A Igreja deve se tornar sempre novamente o que já é: deve abrir as fronteiras entre os povos e derrubar as barreiras entre as classes e as raças. Nela, não pode haver esquecidos nem desprezados", acrescentou.
O papa também apresentou Deus como antídoto contra as relações de dominação, que terminam em feminicídios.
"Penso também, com grande dor, quando um relacionamento é intoxicado pelo desejo de dominar o outro, uma atitude que muitas vezes leva à violência, como infelizmente demonstram os muitos casos recentes de feminicídio", disse.
E como já havia feito seu antecessor, o papa Francisco, Leão XIV também mencionou os perigos das redes sociais.
"É triste observar como, em um mundo onde se multiplicam as oportunidades para socializar, corremos o risco de estarmos paradoxalmente mais sozinhos, sempre conectados e, no entanto, incapazes de estabelecer vínculos".

